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31 de outubro de 2008

A INSUSTENTÁVEL SAGEZA DO FELINO

Eles sabem.

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mais, muito mais gatos aqui. Hours of fun for all the family!

EU NÃO ERA ASSIM QUANDO TINHA A IDADE DELES

Por vezes, almoço no Pizza Hut da Álvares Cabral, que costuma oferecer um buffet de pizzas que é uma opção porreira para almoçar sem gastar muito dinheiro. O problema essencial de almoçar ali — e a razão porque vou lá tão pouco — é a presença de quantidades absurdas de tinaigeres inconscientes, presumo que oriundos do Pedro Nunes, que aproveitam a situação exactamente pela mesma razão que eu: almoça-se sem gastar muito dinheiro. 

Hoje, por exemplo, estariam facilmente para aí uns trinta miúdos a almoçarem ali, comportando-se como se estivessem em casa deles ou numa festa de liceu, gritando uns com os outros, rindo alarvemente, dando-se encontrões ou impedindo um outro de se servir, correndo para o buffet assim que as pizzas saidas do forno eram colocadas e acotovelando-se como na entrada para um concerto de rock, fazendo fila para pagar e "roubando" uma fatia para irem a comer num guardanapo até ao liceu. 

A maior parte dos adultos que ali estavam a almoçar — desde professores do João de Deus a funcionários dos bancos e das empresas que rodeiam o restaurante — olhavam para eles com um misto de enfado e desinteresse e concentravam-se no seu próprio almoço, mesmo que ficassem irritadíssimos sempre que eles se precipitivam para o buffet e impediam os restantes comensais de lá chegar. 

Ficou-me na imagem uma miúda que sempre que ia buscar uma fatia descobria que os colegas já tinham esvaziado a forma da pizza que ela queria e que voltava para a mesa a resmungar enquanto se ria: "eles não me deixam nada!". 

29 de outubro de 2008

CONSTATAÇÃO

O salário mínimo nacional não chega aos 500 euros e as pequenas e médias empresas dizem que se o governo o aumentar vão ser obrigados a despedir contratados a prazo. Posto desta maneira, vejo para as pequenas e médias empresas um sério problema de imagem a muito curto prazo.

28 de outubro de 2008

A BEM DIZER

Dois velhotes encontram-se no 709 e um deles diz ao outro: "já me viu este tempo? isto até parece Inverno..." Pois... até parece que Outubro é o pino do Verão...

709

Quase 20 minutos à espera do autocarro e aparecem dois de seguida.

23 de outubro de 2008

SONÍFERO

O Valdispert pode ser (é) muito bom, mas não há como um bom livro e uma chávena de leite quente quando nos enroscamos nos lençóis para uma boa noite de sono. Se houver um gato por ali a enroscar-se aos pés da cama melhor ainda. 

SEMÁFORO

Porque é que os idosos lisboetas adoram atravessar ruas o mais pacatamente que lhes é possível com o sinal vermelho para os peões e ainda resmungam quando os condutores apitam, como se as ruas fossem para eles? 

22 de outubro de 2008

TEMPO

É uma das coisas boas de fazer uma pausa no ritmo louco diário das coisas: pode-se tirar tempo para pensar um bocadinho no porquê e no como.

BLOGAR OU NÃO BLOGAR, EIS A QUESTÃO

Este blog tem andado razoavelmente sossegado, não por má vontade, não por falta de paciência, um pouco por falta de tempo e bastante por muito trabalho. Dito isto, há alturas em que me dá mais vontade de blogar que outras mas não há grande assunto, e outras em que há assunto a dar com um pau e eu não tenho tempo, é a cena do costume, preso por ter cão, preso por não ter. Isto tudo vem a propósito do ensaio de Andrew Sullivan na Atlantic deste mês precisamente sobre blogar ou não blogar, e da video-conversa de Sullivan com Marc Ambinder a propósito de blogar a dar com um pau. Em quaisquer dos casos, vale a pena parar o resto tudo e prestar atenção ao homem. 

16 de outubro de 2008

16/10/2008: TP 355 LHR 11h40-LIS 14h10

O regresso a Lisboa sai à hora marcada e chega à hora marcada. Em vez de almoço, servem uma sanduíche quente de carne assada com ananás (o ananás ficou na embalagem, que meter fruta numa sanduíche quente de carne assada é anátema); o inglês com ar de bulldog que vai à janela pede um copo de vinho branco a acompanhar, coloca o tabuleiro da refeição na mesinha do assento vazio entre nós os dois, e dorme a sono solto pelo meio de um breve momento de turbulência. 

Duas filas à frente, uma senhora idosa chama a hospedeira e diz resmungando que tem de mudar de lugar porque ficou na coxia e já teve de se levantar duas vezes para deixar o senhor que vai à janela ir à casa de banho e não está para isso e quer mudar de lugar para uma das filas vazias atrás de mim. Tudo isto com a maior educação mas com uma frieza de cortar à faca e um tom geral de "comigo ninguém brinca porque eu vivi a guerra e meninas como você como-as todos os dias ao pequeno-almoço". Do outro lado da minha fila, uma outra senhora inglesa idosa liga a intervalos regulares uma pequena ventoinha a pilhas que faz um barulho irritante. 

OLHA O BELO HOTEL LONDRINO

Sim, eu sei que os conceitos de "belo hotel" e Londres são um bocado complicados de juntar na mesma frase, a não ser que se pague uma pequena fortuna. O Courthouse é um desses "boutique hotels" tão na moda, com relativamente poucos quartos mas muito bem acabados (apesar de eu achar que o chuveiro da maravilhosa casa de banho era complicado de regular), e extraordinariamente bem localizado na Great Marlborough Street, à esquina de Regent Street e de Oxford Circus, logo em frente a Carnaby Street. Rodeado por um porradão de restaurantes, desde o Ping Pong (dim sum de manhã, à tarde e à noitinha, do meio-dia à meia-noite) ao O'Neil's (pub irlandês para os fãs de Guinness), ao lado dos canais de cabo Turner, da Sony Computer Entertainment e da empresa de efeitos especiais Framestore, e a dois passos do Soho. O hotel é um velho tribunal convertido (foi ali que Charles Dickens acompanhou julgamentos...) e um dos restaurantes (onde é servido o pequeno-almoço) está instalado na sala de audiências original (havia salmão fumado e uma cozinheira a fazer omeletes à la carte, mas a escolha de pães era fraquinha). E foi uma das melhores camas em que já dormi num hotel inglês. (Melhor mesmo só a do Metropole em Brighton há qualquer coisa como 12 anos, mas provavelmente hoje já não é o que era.)

Claro que depois é uma chatice que estas viagens-relâmpago em trabalho não dêem tempo para andar a passear por Londres. Mas, por outro lado, ainda bem: é que ao preço a que as coisas estão não há orçamento que resista em Londres.

15 de outubro de 2008

PEQUENA CONSTATAÇÃO (não exclusivamente londrina)

O Starbucks é o novo McDonald's, só que com café em vez de hamburgers. 

(E aquele malfadado "chocolate caramel shortbread" em que me ficou o olho e que não descansei enquanto não provei e não lambi todas as 470 calorias que contém é tão hedonista que devia ser proibido.)

HEATHROW CONNECT

Viajo de Heathrow para o centro de Londres no Heathrow Connect, um dos dois serviços de comboio rápido que liga o aeroporto à estação de comboios de Paddington (pára em meia-dúzia de estações suburbanas, mas é muito mais barato que o serviço non-stop Heathrow Express e leva metade dos 50 minutos da viagem de metro), e descubro que afinal os portugueses não são os únicos que contam a sua vida ao telemóvel nos transportes públicos para toda a gente ouvir, mesmo aqueles que não querem. 

Na fila atrás de mim, um homem passa os 25 minutos da viagem a falar dos problemas familiares com um/a irmã/o que anda a querer forçar não-sei-o-quê com os pais mas não se dá sequer ao trabalho de os ir visitar ou coisa que o valha. A verborreia apenas é interrompida quando ele se debruça sobre a fila para me perguntar "excuse me, is this train going into London?" e para me agradecer a resposta positiva com um coloquial "cheers". Quando uma jovem entra numa estação mais à frente e se senta à minha frente com um livro na mão, quando percebe que o homem não se cala lança-lhe um olhar desaprovador (daqueles muito ingleses) e tenta concentrar-se no livro.

15/10/2008: TP 354 LIS 08h10-LHR 10h50

Supostamente, o vôo estaria a sair a esta hora mas ainda há gente a entrar e o comandante perde cinco minutos a explicar ao intercomunicador (primeiro em português e depois em inglês) que o atraso se deve a dois passageiros que vêm do Senegal num vôo atrasado, e que foi preciso tirar as suas bagagens do porão; mas também (e, tenho eu cá para mim, sobretudo) que a empresa de logística estava com "dificuldades" (eufemismo que eu entendi como pouco pessoal ou pessoal insuficientemente treinado). Já no autocarro que leva da porta de embarque ao avião, enquanto esperávamos pela partida, se ouvia no intercomunicador um supervisor enfadado por ter de explicar três vezes à/ao colega que "aqui cada um fala na sua vez senão ninguém se entende". 

O vôo é sossegado, até porque ainda é cedo e a maior parte das pessoas vem meio ensonada (ao meu lado, um casal brasileiro dorme a sono solto a maior parte do tempo). Saímos com 20-25 minutos de atraso e aterramos com outro tanto de atraso, depois de termos de estar a fazer tempo às voltinhas sobre Londres à espera do OK para aterrar. Nas últimas três filas de um dos lados do avião, uma senhora viaja esticada numa maca colocada por cima das cadeiras, com soro e oxigénio, acompanhada por uma enfermeira, ambas mordiscando meio distraídas a sanduíche de carne assada do pequeno-almoço. Quando aterramos, a hospedeira diz que é uma hora a mais em Londres do que em Lisboa e dois minutos depois, depois de um colega lhe ter chamado a atenção, vem corrigir e dizer que afinal não, Londres está na mesma hora de Lisboa. 

14 de outubro de 2008

É POR ESTAS E POR OUTRAS QUE A RÁDIO ANDA COMO ANDA

Hoje de manhã, a TSF anuncia que Aimee Mann toca no Coliseu de Lisboa no sábado e traz na bagagem um novo álbum (como pronunciar @#%&*! Smilers é difícil e fica mal dizer em público o Fuckin que aquelas sinalefas são supostas representar, o locutor de serviço disse apenas Smilers).

E o que é que se ouviu logo a seguir a este anúncio? "Wise Up", da banda-sonora de Magnolia. Que tem quase dez anos. 

10 de outubro de 2008

ALGUNS PEQUENOS IRRITANTES QUOTIDIANOS DOS ÚLTIMOS DIAS

- Liceais inconscientes que vão ao supermercado da esquina comprar sanduíches, sumos e bolos para um almoço improvisado nas entradas dos prédios e depois deixam o lixo todo à porta como se não fosse nada com eles.

- Almoços de "empresa" ou de "colegas" que são sempre mais do que as mães, empatam imenso o serviço e fazem imenso barulho nos restaurantes.

- Tias que vão a passear tão descontraidamente ao lado umas das outras em passeios estreitos e não deixam ninguém passar, obrigando as pessoas a atirarem-se para a estrada.

- Senhoras de meia-idade que passam dez minutos no multibanco a pagar contas e levantar dinheiro e quando dão por elas têm atrás filas de cinco e seis pessoas à espera de usar a caixa.

- Telefonistas de call centers que nos ligam para casa à hora do jantar.

- Bifes bêbados que cantam êxitos dos Queen em altos berros no meio das Docas.

(sim, estou numa fase misantropa)

7 de outubro de 2008

DEFESA PESSOAL

Acabo de ver na RTP-N que em Estarreja existe um curso de defesa pessoal para idosos que tem sido muito útil para gerir o stress. 

4 de outubro de 2008

VERÃO É QUANDO UM HOMEM QUISER (OU PDC DO DIA)

Mais pop que os Fountains of Wayne é impossível.



Fountains of Wayne, "Radiation Vibe" (in Fountains of Wayne, Atlantic 1996)



Fountains of Wayne, "Denise" (in Utopia Parkway, Atlantic 1999)



Fountains of Wayne, "Stacy's Mom" (in Welcome Interstate Managers, S-Curve 2003)



Fountains of Wayne, "Someone to Love You" (in Traffic and Weather, Virgin 2007)

1 de outubro de 2008

Ó SR. PRIMEIRO-MINISTRO

Sabe que mais? Eu cá acho que essa história do Simplex é uma treta, porque nesta altura do campeonato estou a perceber que está a ser mais difícil provar que sou um contribuinte responsável e que um pagamento foi efectivamente feito do que teria sido resolver a situação se não tivesse efectivamente pago. São pequenas situações como estas, em que os sistemas informáticos pura e simplesmente não comunicam entre si, que dão mau nome às Finanças, apesar do atendimento que me foi prestado (registe-se o nome: Susana Gonçalves) ter sido absolutamente exemplar de cortesia e diligência. Simplex? Like hell it is!