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É um cinema "à antiga", que resistiu aos tempos e evitou a divisão em multi-salas - um dos raros em São Francisco a ter conseguido escapar ao camartelo. Entrar no
Castro é uma experiência que recorda os bons velhos tempos em que ir ao cinema não era a banalidade pipoqueira mas sim uma experiência quase religiosa — e o Castro, inaugurado em 1922, reproduz na fachada uma catedral mexicana. E, uma vez lá dentro, o enorme candelabro art-déco, o órgão centrado no fosso de orquestra por baixo do écrã, o cortinado de veludo vermelho são relíquias de outra era que não agradarão apenas aos nostálgicos.
Claro que as pipocas e outras guloseimas são inevitáveis (afinal, não foram os EUA quem inventou a ideia de enfardar no cinema?) mas, quando as luzes se apagam e o cortinado abre, ver um écrã grande a iluminar-se é maravilhoso. Sobretudo quando o filme em questão é Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, que parece feito para os prazeres fora de moda de uma sala de cinema à antiga, com direito a fila à porta para marcar lugar meia hora antes das portas abrirem — e com uma sala suficientemente grande para haver lugar para todos.
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