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10 de janeiro de 2009

720

Na Infante Santo, espero por um de dois autocarros que passam perto de minha casa — o primeiro a chegar é o 720, que esvazia a maior parte dos passageiros que aguardam na paragem. Mas, rapidamente, percebo que o 720 não vai a lado nenhum; o condutor do autocarro levanta-se e chama um jovem negro, de mochila e boné, que entrou num grupo e não apresentou passe nem pagou bilhete. Não percebi se o jovem não pagou bilhete para deixar os restantes passageiros entrar, ou se não fazia tenção de pagar bilhete; em qualquer dos casos, isso tornou-se rapidamente irrelevante, porque o condutor recusou-se a arrancar com o autocarro enquanto o jovem não pagasse bilhete ou saisse, e o jovem começou a "tourear" o condutor. Nem o autocarro arrancava nem o rapaz pagava, houve logo dois ou três passageiros que começaram a resmungar e a mandar vir com o condutor, e eu segui a atitude de outros dois ou três passageiros que voltaram para a paragem e esperaram pelo 738, que vinha mesmo aí atrás. O 720 ainda ficou dois ou três minutos parado e depois lá arrancou — sem o rapaz ter saído. Não sei como é que a história ficou. 

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