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11 de setembro de 2007

POLAROID: CARREIRA 28

O eléctrico 28 vem da Sé em direcção à Estrela. Vem cheio, embora não a abarrotar, e numa das paragens da Baixa entra um casal muito bem vestido, ele de fato e gravata impecável, ela num saia-casaco cor-de-rosa com sapatos creme, pastas nas mãos, como quem vem de uma reunião de trabalho. Não é preciso estar muito atento para perceber que não são clientes habituais dos transportes públicos. E, de facto, até eu sair no Chiado, o senhor (mais velho que a senhora) desenrola uma série de queixas bem-dispostas, desde o preço do bilhete (€1.30, tarifa única, quando antes se pagavam sete tostões para ir do Calhariz ao Camões e dez para ir até à Estrela) ao pior serviço, sobretudo comparado ao táxi que apenas lhes custou €2.50 do Camões até ali e se calhar levava menos tempo que o eléctrico, ao que o condutor respondia que contra o trânsito da cidade ele não podia fazer nada. A senhora, essa, apenas disse que "tem tanta piada andar de eléctrico".

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