A expressão não foi inventada por Marianne Faithfull que dela fez o título de um álbum em 1979 e define, latamente, o inglês "desastrado" ou incorrecto falado por um não-nativo que domina a língua com falhas. É uma expressão feliz, porque define sem preconceitos o caminho a percorrer entre compreender e comunicar — o "broken" está lá a sugerir que algo se perdeu ou se quebrou durante o processo de comunicação, sem que isso a interrompa necessariamente. Quando ouço, por exemplo, Mariza a falar inglês no DVD da Union Chapel agora editado, a construção de algumas frases denuncia que a cantora não domina o inglês na perfeição, mas a correcção global da gramática e o contexto compensam as dificuldades de comunicação que uma ou outra palavra usada incorrectamente possam ter, explicando na perfeição o conceito de "broken English".
Alguns bons exemplos de "broken English" podem ser tirados do japonês (cf "Lost in Translation" e o delicioso momento "lip my stocking! lip my stocking!"), ou, por exemplo, do letreiro luminoso de um dos clubes nocturnos da avenida Duque de Loulé, em Lisboa, que anuncia em néon "Super Maybe Club" — definição que me parece superiormente nipónica de tão incompreensivelmente luminosa e perfeita que é.
Estejam à vontade para sugerir mais.
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