Não resisto a juntar-me àqueles que se mostram perfeitamente perplexos com o Dói-me, um blog alegadamente assinado por um hipocondríaco, perdão, um hipercondríaco e, desde ontem, também pela sua mãe-galinha, que linka para todos os blogs e mais um (entre os quais o meu).
Já a 1poucomais tinha manifestado a sua perturbação com o objecto. Nos comentários a esse post, o próprio autor do blog vem ardentemente defendê-lo como verídico. Pessoalmente, apenas posso dizer que, sobretudo depois da "crise" deste fim-de-semana, o Dói-me me parece cada vez mais ficcional, um espelho erguido a um certo modo de ser (não exclusivamente) português. Não porque não seja possível que alguém se exponha daquele modo terrivelmente nu na blogosfera (não o fazemos todos, mesmo que semi-escondidos?), nem porque a realidade não possa ser mais estranha do que a ficção. Apenas porque sinto ali um jogo muito claro com o voyeurismo encapotado de quem anda por aí a saltar de blog em blog, uma espécie de entrega assumida, de abandono aos quinze-minutos-de-fama versão internet.
E, a esse nível, o Dói-me tem tudo para se tornar numa sensação blogosférica, ao nível do infame (e entretanto desactivado) Pipi.
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