Blog-notas de ideias soltas; post-it público de observações casuais; fragmentos em roda livre, fixados em âmbar. Eu, sem filtro. jorge.mourinha@gmail.com
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22 de maio de 2004
FALASTE BEM, MEU FIEL COMPANHEIRO ÍNDIO (DIZ O JOVEM AO RABI)
Hoje, antes do jantar, apanhei a maior parte deste filme no canal Hollywood, eu e o meu pai: o Anel do Vingador Mascarado, os beijos a Evelyn Goorwitz por baixo dos pontões de Rockaway, a vendedora de cigarros que testemunha um crime e é poupada pela mãe do assassino mafioso, o namorado cobardolas da tia solteirona que foge por causa da "Guerra dos Mundos" de Orson Welles, um sem-número de episódios onde a vida pessoal se entrelaça irredutivelmente com os sons da rádio, na era em que ela era a verdadeira "caixa que mudou o mundo".
"Os Dias da Rádio" (1987) é o "Amarcord" de Woody Allen: um álbum de recordações sem verdadeiro fio condutor, filtrado pelo tempo que passou, contado ao sabor das memórias que vão e vêm, filmado com as cores quentes de uma infância feliz que já não volta mais, com o tom dourado das vivências que fizeram de nós quem somos. É um dos meus filmes preferidos de um realizador que tem andado mais arredio dos grandes filmes do que seria desejável.
Gostei muito de o rever hoje.
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