A caixa da Fnac não consegue abrir a protecção do DVD. Pede ajuda a um colega, mas este está ocupado a atender outro cliente. Ela tenta abrir mais algumas vezes, volta a pedir ajuda ao colega; a fila entretanto começa a aumentar e a caixa acaba por pedir desculpa à cliente, pede-lhe que aguarde só um instante e começa a atender o cliente seguinte. A senhora impacienta-se, diz que não tem tempo para isto, que já não quer levar o DVD; a caixa pede desculpa mas diz que tem de esperar pelo colega; a senhora diz que não vai ficar à espera nem vai deixar que toda a gente lhe passe à frente por eles não conseguirem abrir a protecção, porque é que a caixa não se levanta e vai ela ter com o colega; a caixa responde que não o pode fazer, não lhe é permitido abandonar o seu posto. Trago o disco novo do Caetano Veloso (divino, maravilhoso Caetano). Elas ainda lá ficaram.
Mais à frente, saio de uma papelaria e quase esbarro com uma senhora com ar de beata que avança sem olhar para os lados, mesmo rente às montras. Dou um passo para trás para não dar um encontrão à senhora, mas esta, sem abrandar, lança-me um ar de desdém, como se eu tivesse obrigação de saber que ela vinha aí, e segue em frente, como se nada fosse, sem se desviar um milímetro do caminho que traçara.
Sem comentários:
Enviar um comentário