É uma das melhores definições que já ouvi, só que não me recordo quem é o autor e desculpar-me-ão por não me apetecer ir procurar: o rugby é um jogo de hooligans jogado por cavalheiros, numa alusão ao estatuto puramente amador que o desporto durante muitos anos teve (recordo-me de tempos em que os jogadores da selecção inglesa, idolatrados pelos meus irmãos, eram advogados, militares e outras profissões "nobres" do género).
Hoje Portugal ganhou a Taça Europeia das Nações de rugby (desculpem o estrangeirismo, não gosto da grafia portuguesa "râguebi" - 18-19 face à Rússia). Hoje o meu irmão João Paulo esteve em Paris a assistir ao França-Inglaterra do Torneio das Seis Nações (24-21, ganharam os franceses).
O rugby tem tradição lá em casa: o meu outro irmão, o António, chegou a jogar nos seniores do Benfica antes da sua carreira ser cortada pelo serviço militar (a minha mãe ainda tem os recortes lá por casa). O João Paulo também jogou, embora menos, e anos mais tarde foi seccionista do Benfica na área (uma experiência que lhe desagradou positivamente). E o meu sobrinho João, filho do João Paulo, também jogou no Benfica e ainda hoje é árbitro.
Só eu, que teimosamente desprezei o desporto até tarde, nunca liguei muito à coisa - mas lembro-me das transmissões da RTP nas tardes de sábado, com comentários de Cordeiro do Vale, que levaram a que eu sempre desse preferência ao rugby sobre o futebol. E os meus fins-de-semana e grande parte das minhas horas de ginásio são sempre passados em camisolas de rugby, que são estupidamente resistentes e estupidamente confortáveis (pena é a gola branca ter-se de repente tornado moda junto dos betos e dos clientes da Sacoor Brothers - lá se foi a discrição de que eu tanto gostava nelas).
Dito isto, continuo a gostar mais de rugby que de futebol, da sua beleza telúrica e nobre mascarada por trás do que parece apenas ser uma demonstração de força bruta viril. Mas, como em qualquer desporto de equipa, há também astúcia e estratégia por trás dele. Como raio os meus irmãos lhe tomaram o gosto, sobretudo em família tão pouco dada ao desporto, é que eu nunca hei-de perceber...
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