Amanhã estreia "O Grande Peixe". É o grande novo filme de Tim Burton; uma daquelas jóias preciosas que aparece de proveniências incertas e suspeitas e que nos apanha à socapa sem nós darmos por isso. Confesso que não sabia o que esperar de Burton depois de "Planeta dos Macacos", e o facto da crítica americana não ter sido muito simpática com o filme deixou-me ainda mais de pé atrás.
Não havia razões para isso, afinal: "O Grande Peixe" é para Tim Burton, de uma só vez, o fecho de um ciclo, o abrir de um novo e um "ponto da situação" onde tudo de repente fica claro. É um filme sobre a família, sobre a herança, sobre a morte e sobre a vida, sobre o amor, sobre as grandes emoções que nos marcam os momentos mais ínfimos. E o título é perfeito: tal como um peixe se nos escapa pelas mãos quando o queremos agarrar, também "O Grande Peixe" se esquiva a todas as tentativas de definição. À excepção de uma, e mesmo essa é escorregadia: obra-prima. Tim Burton nunca fez nada assim - e só o podia ter feito agora.
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