O Diogo está a fazer-se um belo gato, atlético, elegante, arisco e muito afectuoso - e aquilo que nunca me canso de ver nele e que me surpreende e deslumbra de cada vez é a aparente incapacidade que ele tem de exprimir medo.
Não quero com isto dizer que o Diogo, ou que os gatos no geral, sejam incapazes de o sentir; apenas que não vejo nele nenhuma reacção de medo ou angústia ou preocupação quando confrontado com algo que não conhece. Antes uma espécie de curiosidade quase distanciada, desarmante, de engenhocas posto frente a um aparelho que se pergunta "vamos lá a ver como isto funciona".
Não sei se é efeito das garras, dos reflexos rápidos, da segurança, da confiança que todos os gatos parecem ter (do género eu-cá-sou-bom-sou-muito-bom, herdada sem dúvida do seu estatuto de divindade da antiguidade clássica). Só sei que o Diogo é um bicho eminentemente pragmático: isto serve para quê? E encontra sempre a mesma resposta: para o divertir.
2 comentários:
Tu és uma espécie de Attemborough em felinos domésticos já. :D
Noutro dia, após meses de observação, investigação e intensa reflexão, deduzi o primeiro (e único) princípio da Geometria Felina: "a recta é a distância mais curta entre dois pontos, mas nunca é a mais divertida".
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