foto de Véronique Rolland, para as sessões do álbum Stumble into Grace
Os últimos quatro álbuns de originais de Emmylou Harris são quatro pérolas que ainda não deixaram de revelar os seus segredos e me parece que o vão continuar a fazer por muito tempo. Quem ainda tem presente a Emmylou mais abertamente country dos seus discos clássicos dos anos 1970 e 1980 vai levar um choque de todo o tamanho com a modernidade de Wrecking Ball (Asylum/Elektra, 1995), Red Dirt Girl (Nonesuch, 2000), Stumble into Grace (Nonesuch, 2003) e All I Intended to Be (Nonesuch, 2008). Daniel Lanois produziu o primeiro, o seu cúmplice Malcolm Burn os dois seguintes, e o último marcou o reencontro de Emmylou com Brian Ahern, o produtor que assinou todos os seus discos entre 1975 e 1984. Mas quem os ouvir perceberá que são todos provenientes de uma única mente: Emmylou ela própria, inteira, honesta, sem ter que provar nada, a fazer a única música que sabe fazer. A música de uma América telúrica e emocional, melhor do que a maior parte de nós acha que ela é.
São discos aos quais dou por mim a voltar repetidamente. E que, este Natal, voltaram a reabrir-se para revelar muito mais; são discos que crescem com quem os ouve e mostram apenas aquilo que estamos preparados para ouvir de cada vez que os pomos a rodar. Este domingo, trouxeram-me conforto; dorido, emocional, cansado, mas conforto.
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