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27 de julho de 2008

EQUILÍBRIOS PRECÁRIOS

Como se pode ver pela imagem junta, D. Diogo tem uma especial atracção pelo meu ombro (ou, mais precisamente, pelo ombro do meu roupão) sempre que eu saio do banho. 

Tentem lá agora ter um gato de 3,6kg a equilibrar-se nos vossos ombros enquanto estão a fazer a barba.

26 de julho de 2008

SONHOS SONHOS SÃO

A 18 de Setembro de 2007, Randy Pausch, professor de ciência informática na universidade Carnegie Mellon, deu uma palestra inserida na velha tradição académica da "última aula", sobre a importância de ter sonhos e de fazer tudo para os concretizar — e para concretizar os sonhos dos outros também. Esta palestra extraordinária correu mundo, tornou-se num fenómeno viral, levou Pausch ao programa de Oprah Winfrey, transformou-se num livro que vendeu milhões. 


O que diferencia esta palestra de tantas outras? O facto de Pausch ter sido diagnosticado com um cancro pancreático e o de saber, quando deu esta palestra, que era realmente a "última aula" e que os seus dias estavam contados. E, contudo, ao longo dos 75 minutos da aula, é a vida que se celebra a cem por cento. 

A lição é só uma: o único obstáculo aos nossos sonhos somos nós próprios.

Randy Pausch morreu ontem, 25 de Julho de 2008, aos 47 anos. 

19 de julho de 2008

A PROPÓSITO DO NOSSO IMAGINÁRIO CULTURAL

Andava há anos à procura dos álbuns de Luc Orient, uma das personagens que mais retive na memória da velha revista Tintin — uma série de ficção científica que combinava elementos da "space opera" mais tradicional (e muito derivativa de Flash Gordon) com uma abordagem científica mais circunspecta e uma série de visuais psicadélicos muito anos 1970, com argumentos de Greg e desenhos de Eddy Paape. Depois de investigar um bocadinho, lá descobri que a série foi criada em 1967 e deixou-se acabar por 1981, apesar de tentativas pontuais de a retomar, com um total de 18 álbuns publicados em França. 

Que eu me recorde, a edição portuguesa da revista Tintin publicou os primeiros 14 episódios da série, mas em álbum a Bertrand só lançou três (O Senhor de Terango, O Segredo das 7 Luzes — capa em cima — e 24 Horas para o Planeta Terra). E quando comecei à procura dos álbuns em francês, já tinham todos sido descatalogados.

Fiquei, então, muito feliz quando, numa visita à Fnac outro dia, dei lá com o segundo volume de uma "Intégrale Luc Orient" que as edições do Lombard começaram a publicar este ano, em cinco volumes  que reunem a totalidade dos álbuns originais. A Fnac só tinha o segundo, tirei-me de cuidados, liguei-me à net e mandei vir da Fnac francesa os três já publicados, não sem aquela trepidação: será que este fragmento do meu imaginário cultural resistiu ao tempo?

Digerido pacientemente o ciclo de Terango (Os Dragões de Fogo, 1967; Os Sóis de Gelo, 1967, O Senhor de Terango, 1968; O Planeta da Angústia, 1969; e A Floresta de Aço, 1969 — cinco aventuras sequenciais onde os cientistas do laboratório Eurocristal descobrem a existência de uma benfazeja civilização extra-terrestre cujo planeta de origem foi entretanto subjugado por um tirano que pretende atacar a Terra), a resposta é positiva. A meio caminho entre a estranheza poética da ficção científica europeia modelo Druillet/Heavy Metal e a "space opera" mais convencional, a série criava algumas visões verdadeiramente inspiradas, mesmo que aqui e ali os guiões se resolvessem de modo mais atabalhoado (O Planeta da Angústia sobretudo tem problemas sérios). Apesar disso, contudo, parte do charme da série é precisamente esse lado "datado" (hoje em dia dificilmente se faria banda-desenhada de ficção-científica deste modo a um tempo desprendido e inspirado). O contemporâneo Valérian é outra coisa, mas Luc Orient é tão interessante quanto eu me lembrava dele. 

18 de julho de 2008

PERPLEXIDADES

Confesso que continuo sem perceber como é que há quem consiga beber uma imperial ao pequeno-almoço.

15 de julho de 2008

VERÃO POP

Resultado do PDC do dia com o mestre da elegância pop em francês Etienne Daho.


"Tombé pour la France" (single de 1985, do LP Pop Satori, Virgin 1986 - clip realizado por Jean-Pierre Jeunet)



"Comme un Igloo" (do LP Paris Ailleurs, Virgin 1991)


"Les Voyages immobiles" (do LP Paris ailleurs, Virgin 1991 - clip realizado por Michel Gondry)


"Au commencement" (do LP Eden, Virgin 1996 - clip filmado em Portugal por Philippe Gautier)


"Idéal" (do CD Singles, Virgin 1998)


"Retour à toi" (do CD Reévolution, Virgin 2003)

12 de julho de 2008

APRENDER A LIÇÃO

Há coisa de três anos, achei que tinha perdido a carteira. Foi num sábado à tarde, em que depois de ter ido ao supermercado fazer as compras da semana, não conseguia encontrar a carteira em lado nenhum — não estava na mesa onde a costumo deixar, não estava nos bolsos das calças nem dos casacos nem das camisas, não estava caída no chão do corredor, no patamar, no elevador, no átrio, não tinha sido entregue no supermercado, enfim, uma desgraça. 

No dia a seguir, a carteira apareceu — eu tinha estado a procurar fotografias antigas numa caixa que guardo no escritório e, sem eu dar por isso, a carteira tinha ido "de arrasto" para dentro da caixa. 

Isto vem a propósito de eu ter andado dois ou três dias sem saber do meu B. I., que costuma andar sempre comigo mas, desta vez, não estava em lado nenhum nem sequer tinha ficado esquecido num par de calças que foram para lavar. Desta vez, contudo, aprendida a lição do caso anterior, fui a todas as caixas de arrumação em que andei a mexer nos últimos dias — e lá estava o B. I. junto às fotografias. 

7 de julho de 2008

BOMBEIROS MEETS SEINFELD (ou: o carro de George)

Tentava eu arrumar o carro ao pé de casa hoje após o almoço (tarefa quase impossível que me ocupou 30 minutos) quando começo a ouvir um, dois, três carros de bombeiros de sirenes no máximo atrás de mim. Deixei-o passar. Mas qual não foi o meu espanto quando percebi que o carro de bombeiros estava praticamente a fazer o mesmo circuito que eu estava a fazer, só que eu estava a tentar arrumar o carro e ele a tentar descobrir onde raio era o incêndio. Não era num sítio nada óbvio e não fiquei surpreendido por ter levado algum tempo, mas fiquei com pena dos bombeiros que se estavam a tentar equipar dentro do carro enquanto o condutor fazia curvas, contra-curvas e mais curvas à procura da entrada correcta para o dédalo de ruas de sentido único entre a Lapa, a Estrela e São Bento. 

De qualquer maneira eles chegaram ao incêndio a tempo e eu continuei a tentar encontrar sítio para arrumar o carro legalmente. Eles levaram menos tempo que eu. 

4 de julho de 2008

GILLETTE

Sempre detestei fazer a barba porque me chateava sair da cama e cortar-me todo com a lâmina de barbear. O meu irmão sempre me disse que eu devia era fazer a barba depois do banho para não me cortar tanto. Como sou um sacana preguiçoso e o meu bigode sempre foi um tanto ou quanto ralo acabei por deixar crescer a barba, aparando-a a intervalos mais ou menos regulares, até aderir à pêra que, a intervalos irregulares, voltava a ser barba, com a milagrosa ajuda da máquina de barbear eléctrica que, como se confirma, para mim tem mesmo de ser Philishave porque a minha barba não se dá de todo com as Braun. 

Seja como for: tudo isto para dizer que voltei à lâmina de barbear, agora depois do banho. E sim, corto-me menos, mas já me tinha esquecido que quando está na altura de trocar de Gillette continuo a cortar-me.