Na segunda-feira, no noticiário principal do serviço público televisivo americano PBS (KQED9 na Bay Area), um analista de aviação falava dos atrasos que iriam forçosamente afectar os viajantes americanos agora que chegou o Verão e as grandes massas começam a cruzar os EUA. Falou-se do inexplicável caso do atraso (de vários meses, mesmo) na emissão de passaportes de cidadãos americanos, relacionados com os novos regulamentos de segurança impostos aos residentes em viagem para o Canadá, América Latina e Caraíbas, mas falou-se também dos atrasos típicos destas ocasiões, com as companhias aéreas a fazerem overbooking para compensar a percentagem de desistências e os atrasos em aeroportos sobrelotados.
Fiz a experiência desse efeito dominó na manhã de terça-feira: a ligação com Filadélfia, onde iria apanhar o vôo para Lisboa, saíu com uma hora de atraso porque o avião chegou a São Francisco com uma hora de atraso, e aterrou em Filadélfia com outra hora de atraso, equivalente ao tempo que estivemos no ar a voar em círculos à espera que o aeroporto nos desse luz verde para aterrar. A United permite aos seus passageiros ouvir as comunicações entre o cockpit e a torre de controle no canal 9 de audio, e garanto-vos que foi uma experiência peculiar. Aparentemente, a motivação por trás deste programa é acalmar os passageiros mais nervosos — comigo, no entanto, teve um efeito misto, porque, se por um lado me acalmou saber que há um porradão de profissionais a trabalhar para que tudo corra bem, o linguajar arcano cheio de abreviaturas e códigos deixa-nos completamente na mesma.
Fazer a aterragem a ouvir as comunicações é, aliás, uma experiência que qualquer viajante regular deveria fazer pelo menos uma vez: ainda mais neste caso em que o piloto ia mantendo os passageiros (que lotavam quase por completo o avião) ao corrente da situação, enquanto no canal 9 decorria uma elaboradíssima estafeta entre controladores aéreos de várias torres a dar instruções a uma série de aviões no ar, designando os rumos e rotas a tomar, avisando de tráfego na zona ou de condições meteorológicas adversas. Não deve ser nada fácil ser controlador aéreo.
3 comentários:
depende do aeroporto ou da zona de controle aéreo.. ;)
Eu sou mais como o Seinfeld: «Just end where it says on the ticket!».
: )
Diz que é a profissão mais stressante do mundo.
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