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5 de dezembro de 2006

A ARTE DAS RELAÇÕES PÚBLICAS

Uma manhã em que estava a trabalhar em casa, toca-me à porta um angariador de uma empresa de telecomunicações anunciando — muito depressa e entredentes — que se eu tivesse uma factura da PT tinha uma oferta para mim. Isto sem explicar ao que vinha e de onde vinha. O jovem (dos seus 20 e poucos, tinha todo o ar de primeiro emprego e vinha vestido demasiado à moda suburbana para ter o aspecto sério e respeitável que estes angariadores supostamente devem ter) não tinha ar nenhum de funcionário da PT, pelo que lhe perguntei se era da PT, ao que me respondeu que trabalhava com a PT. Pedi-lhe se tinha algum tipo de identificação e, relutantemente, puxou do bolso das calças o cartão que o identificava como empregado de uma das empresas de telecomunicações que andam a tentar convencer os clientes a abandonar a linha fixa da PT e ter assinatura telefónica noutro fornecedor (o que é um objectivo louvável visto que a PT se estica um bocadinho em termos de preços). Só que o jovem não só mostrou o cartão relutantemente como ainda resmungou entredentes qualquer coisa do tipo "o senhor é muito desconfiado". Quando lhe disse, para o despachar o mais educadamente que podia e regressar ao trabalho, que não tinha telefone fixo, disse-me, "bom, nesse caso não o posso ajudar". Isto apesar de ninguém lhe ter pedido ajuda e de o angariador parecer estar-se razoavelmente a borrifar se eu precisava ou não da ajuda, desde que marcasse a visita como feita lá no registo de visitas.

1 comentário:

Viajante disse...

Todos nós, de uma forma ou de outra, vamos coleccionando destas pérolas.
Ontem foi a minha vez:
- Estou sim?
- Boa noite, fala do banco X.
- Faça favor de dizer.
- O meu nome é... e vinha oferecer-lhe o nosso cartão dourado.
- Como assim?
- Simplesmente queria oferecer-lhe o nosso cartão dourado.
- Compreendo. Muito obrigado, mas não gosto da côr.