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4 de setembro de 2006

METRO

Apesar de usar regularmente o metropolitano, devo ser um tipo com alguma sorte, porque não costumo apanhar os atrasos e interrupções de serviço de que muitos se queixam, embora ache que cinco minutos de intervalo entre comboios em hora de ponta não seja uma boa política. Esta manhã, contudo, na estação da Praça de Espanha, o comboio ficou parado à vontade uns bons dez minutos, sem grande explicação. Só quando me levantei do banco para espreitar pela porta percebi que um passageiro se tinha sentido mal na carruagem da frente e o comboio não arrancou enquanto o passageiro — um velhote de camisa branca, bóina e calças negras e ar de completo alheamento da realidade à sua volta que tinha visto sentado na estação do Marquês de Pombal, acompanhado de um homem de meia-idade com uma bóina de comando — saiu da carruagem com a ajuda de uma das funcionárias da estação e ficou ali, sentado no banco de madeira da estação, a olhar para o comboio que acelerava em direcção à estação seguinte.

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