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26 de janeiro de 2006

À VONTADE DO FREGUÊS

Os americanos são, objectivamente e sem intenção de ofender, uns alarves. Alarves no sentido em que comem muito. Mesmo muito. É isso que torna a relação quantidade/preço vantajosa para o consumidor local, que pode perfeitamente pagar $10 (€8) por um prato principal. Só que o prato principal deles a $10 tem facilmente 50% a mais de comida do que o nosso prato principal a €8.

Um bom exemplo. O pequeno almoço é aqui uma refeição mais reforçada do que em Portugal. A nossa torrada e galão não os convence minimamente. Encomendar pequeno-almoço num café ou num diner implica, logo para começar, uma caneca de café acabado de fazer (que podemos pedir para voltar a encher sem pagar mais por isso). O sumo de laranja fica à discrição do cliente, mas há muito quem peça. Depois, a "pièce de resistance": uma pratada de comida que, por exemplo, ontem consistia de duas fatias grandes de pão "sourdough" (uma espécie de pão tigre local) torrado, dois ovos mexidos (que podem ser estrelados ou cozidos consoante o cliente desejar), duas fatias de bacon (ou duas salsichas) e batatas fritas (que podem ser substituidas por legumes ou aros de cebola ou outra coisa qualquer). Quase um almoço às dez da manhã pela módica quantia de $8.50, ou seja, €7.

Outro bom exemplo. Um almoço leve num café da Castro - pensei eu quando pedi uma sanduíche de peito de galinha. Mentira: cada metade da sanduíche trazia um autêntico bife de frango grelhado em fatias grossas de pão caseiro. E mesmo só uma fatia de pizza comprada para comer à mão numa tasca qualquer tem o dobro de uma das fatias que comemos à mesa do Pizza Hut. (Pizza Hut que, acreditem ou não, aqui praticamente não há. Nas minhas viagens por São Francisco, ainda não encontrei um único Pizza Hut e conto pelos dedos os McDonald's e KFC que vi.) Um almoço dificilmente ficará por menos de $15 a $20 sem sobremesa, mas chega e sobra para alimentar uma pessoa de bom físico durante um dia inteiro.

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