É muito curioso ver diariamente os outdoors da pré-campanha para as eleições autárquicas num concelho (Oeiras) onde não resido mas onde trabalho - e, se a coisa dependesse exclusivamente dos outdoors (que, evidentemente, não depende), Teresa Zambujo, candidata do PSD, já teria ganho a larga distância, com os cartazes legíveis, de imagem limpa e imediata, concentrando-se numa única mensagem com o retrato convenientemente positivista da candidata ao lado. Faltará, eventualmente, substância à coisa, mas à superfície é uma campanha eficaz.
Pelo contrário, os cartazes de Emanuel Martins, candidato do PS, são o mais extraordinário exemplo de "tiro no pé" que já vi, propagandeando "a mudança tranquila" com uma fotografia, no mínimo, pouco lisonjeadora para o perfil de "dinamismo e seriedade" que o candidato pretende explorar (e os cartazes com o seu "braço direito" Mário Lino ainda piores são) - dá vontade de dizer "a votar neste não me apanham!", ou, como comentava amiga minha, "o homem tem cara de dirigente de futebol" o que, em estenografia popular, não é necessariamente uma boa recomendação. Um bom consultor de imagem sabe como dar a volta a fisionomias menos fotogénicas...
Também aparecem de vez em quando uns quantos outdoors de Isabel Sande e Castro, do CDS-PP, mas são de difícil leitura para quem passa de carro, embora a fotografia posicione a candidata como uma figura de pose serena e maternal (um conceito interessante...).
Já os outdoors do independente Isaltino Morais — com um tipo de letra "futurista" que diz "Queremos ver Oeiras mais à frente" sob uma fotografia de conjunto que pretende simbolizar a abrangência da campanha do candidato — são dispersos e difusos, sem conseguirem projectar um conceito específico. Será que "querer ver Oeiras mais à frente" implica mudar-lhe as fronteiras para, por exemplo, Carcavelos ou São Pedro do Estoril? E, a assim ser, será que Carcavelos ou São Pedro do Estoril estão de acordo?
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