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28 de agosto de 2005

LOGBOOK #31: HÁ DIAS ASSIM

Sesimbra: Ponta da Passagem, domingo, 28 de Agosto, 11h30: 13.0m, 14 min, 18º C

14 minutos apenas? Mandam as regras de segurança que, quando se perde o parceiro de vista, se interrompa o mergulho porque não é conveniente andar a passear sozinho por ali. Há uma corrente de opinião que acha que sozinho é que se mergulha bem e o parceiro basicamente é um empecilho — não partilho dessa opinião, excepto quando o parceiro é daqueles do género "eu e tu no mesmo oceano".

Não foi o caso hoje, mas a velocidade a que o Paulo Jorge ia fez com que, quando eu parei para ver uma coisa na passagem propriamente dita (divinal, com água chã, sem vaga, quase nenhuma corrente, 10 metros de visibilidade, uma irritação!) e dei pela falta da lanterna que se tinha soltado do camarão (encontrada mais à frente por mergulhador de dupla companheira de barco, os meus agradecimentos), quando voltei a olhar já lá não estava ninguém. Uma voltinha a ver se os rapazes aparecem, não aparecem? chatice! Faz-se uma subidazinha lenta, com calma, a ver os cardumes que vão passeando pelas rochas a 4-5 metros de profundidade e volta-se ao barco.

Quando estou a passar o equipamento, os rapazes aparecem a saber se está tudo bem. Está, voltem lá ao mergulhinho que eu fico-me por aqui; até porque o colete precisa de ser afinado, está a disparar demasiado ar quando se puxa a traqueia e quando se enche não faz o habitual e reconfortante ruído de entrada de ar, parecendo antes um asmático a forçar respiração. Nestas ocasiões, mais vale jogar pelo seguro e abortar mesmo o mergulho - sem problemas de maior, ainda assim, porque o dia está bonito, a água está calma, dá para pôr a conversa em dia com a Isabel e perceber que, por exemplo, em Sesimbra o domingo passou a ser dia igualmente forte para a prática do mergulho quando antes era o sábado, e que há alunos de mergulho espanhóis que vêm acabar o curso a Sesimbra. Estava, aliás, um grupo a sair connosco no nosso barco e, quando eu abandonava o porto, outro a chegar para outra escola. E fico com a sensação que ainda há quem leve isto do mergulho não muito a sério, como o pessoal que apareceu sem saída marcada em cima da hora a ver se orientava um mergulhinho. É a diferença entre quem faz porque gosta mesmo e quem faz porque sim — e tenho a sensação que começa a haver muito quem faça porque sim. (Claro que também há quem o leve demasiado a sério.)

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