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18 de junho de 2005

POLAROID: FERRY GOLFO ARANCI-CIVITAVECCHIA, SEGUNDA, 13 DE JUNHO

Em vez de sairmos do porto de Olbia, onde chegámos há cinco dias, saímos de Golfo Aranci, alguns quilómetros mais a Norte, na linha local Sardinia Ferries — que não tem, segundo nos dizem, autorização de atracar em Olbia. O ferry que nos transporta durante quase sete horas está longe, tanto em dimensão como em conforto, dos ferries mais modernos da Tirrenia onde viajámos até Olbia; aqui pagámos metade do preço e usurpámos as poltronas junto às janelas (que, tecnicamente, são mais caras, mas fingimos que não sabemos de nada e, de qualquer maneira, o ferry está quase vazio). Em vez da escada rolante de passageiros no ferry da Tirrenia, entramos pelo convés dos automóveis e subimos acanhadas escadas de bordo; duas dezenas de carros e outros tantos passageiros sem carro no imenso navio, que zarpa da Sardenha às dez da manhã e chega a Civitavecchia pouco antes das cinco da tarde.

O empregado do bar onde compramos um improvisado almoço de sanduíches e sumos atende com o enfado de quem se resignou ao trabalho que tem; tudo neste ferry evoca uma sensação de decadência, de algo que se vai arrastando ingloriamente. Pelas janelas, o mar cria efeitos de luz no tecto falso de ripas plásticas de onde estão suspensos os climatizadores, as luzes fluorescentes, os televisores omnipresentes (sintonizados na Rai 1, com uma emissão muito dona-de-casa com o inspector Derrick e um telefilme americano).

Subo ao convés mas é difícil encontrar as escadas certas; quando finalmente o consigo, estou face à cabina de pilotagem, entre as duas chaminés. O ferry percorre veloz as águas do Mediterrânico, já se consegue ver ao longe, no meio da imensidão azul, a linha costeira italiana, a Civitavecchia de onde saímos quarta-feira e onde regressamos agora, depois de quatro dias na Sardenha que foram "uma experiência para recordar".

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