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26 de setembro de 2004

LOGBOOK #19: PALMEIRAS BRAVIAS

Sesimbra: Pedra da Faneca, domingo 26 de Setembro, 10h55: 12.9m, 56min, 17º C

Há fola, e não é pouca, na Ponta da Passagem, como se vê pela espuma branca que se vê da superfície; mudança de rumo, voltamos atrás e lançamos o ferro algumas milhas antes da ponta, num spot à entrada da Baleeira onde a quantidade de rocha e alga dá espaço para manobrar. Aqui também há fala, mas mantemo-nos mais afastados da costa — a profundidade (média nove metros) permite andarmos ali a brincar uma hora (o João volta para cima ainda com 90 bares, mas é certo que a garrafa dele tem 15 litros contra os 12 da minha).

Concentro-me em não me cansar, em não resistir contra a fola que a espaços no percurso nos arrasta para lá e para cá e cria a minha ilusão de óptica subaquática favorita — o deslizar das rochas sobre a areia, quando afinal são os espessos tufos de algas que, levados e trazidos pela corrente, se movem por cima das rochas. Mas é divertido ver os próprios peixes serem arrastados sem resistir até encontrarem uma zona mais calma.

E há muitos peixes, desde cardumes a exemplares solitários; e há também linhas de pesca emaranhadas em rochas, camisolas ou chapéus no fundo; e a visibilidade é suficientemente boa para ganhar o mergulho. E há uma imagem indelével: a certa altura, de entre um fundo meio arenoso, meio rochoso, erguem-se caules de algas castanhos, grossos, com grandes folhas de aspecto de alcatifa, batidas pela ondulação como se fossem palmeiras ondulando ao vento. Uma floresta tropical subaquática.

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