Portimão: Castelo de Neptuno, quinta-feira 29 de Julho, 11h00: 14m, 55min, 16º C
Portimão: Pedra dos Caneiros, quinta-feira 29 de Julho, 13h00: 9m, 60min, 16º C
Ao contrário do que eu pensava, mergulhar no Algarve não apresenta absolutamente nenhuma diferença em relação a mergulhar em Sesimbra. A temperatura da água é exactamente a mesma (e eu com medo de que o meu fato de 7mm fosse demasiado quente!), o tipo de água e de visibilidade idem aspas: a água tem aquele tom verde turquesa opaco cheio de suspensão dada pela estação das algas.
Marquei saida com Stefan Fend, um instrutor alemão radicado em Portugal com um centro no Carvoeiro - ou melhor, na Quinta do Paraíso, um dos empreendimentos turístico-habitacionais circundantes de ar vagamente confidencial. Apesar da proximidade do centro, a saída, de barco, faz-se da Marina de Portimão, com direito a transporte de equipamento em carrinha própria, a cerca de 20-25 minutos de viagem. Stefan não tem grande aspecto de alemão - deve ser do ar bronzeado e do corpo seco, quase sem carnes. Foi mergulhador militar na marinha alemã e está aqui instalado há doze anos, é igualmente mergulhador profissional e tem o centro aberto todo o ano. Conversamos durante o trajecto para Portimão e ele diz-me que o negócio não está grande coisa este ano, numa conbinação de crise económica e desvios para eventos como o Euro 2004. Daí que, em estação alta de Verão, só haja dois mergulhadores a sair nesta quinta-feira (para além de mim, François Moesen, um jovem belga com dois anos de experiência em águas frias que, apesar de estar à espera de água mais transparente e quente, diz que isto para ele parece a Polinésia).
O primeiro dos dois spots de mergulho, uma milha ao largo de Portimão, é o Castelo de Neptuno, uma rocha baixa entre os 8 e os 14 metros rodeada de vida. Muito peixe-pedra, um ou outro peixe-porco, o nudibrânquio casual e muitas anémonas - nem aqui as coisas diferem de Sesimbra. Cerca de 50 minutos de mergulho sempre a seguir as indicações de Felix, o divemaster também alemão. Depois de subirmos, com o mar de vaga curta e carneirinho, vento de Nordeste a criar ondulação, Stefan, que está a conduzir o barco de chapa de alumínio, muda-nos para o próximo spot antes de desempacotarmos as sandes. É a rocha dos Caneiros, em frente à praia do mesmo nome, um spot baixo com dez metros de máximo junto ao qual, enquanto comemos, um barco larga dois mergulhadores com os quais nunca nos cruzaremos. O spot é um percurso básico - dar a volta à larga rocha enquanto espreitamos para tudo o que é buraco, com cardumes a rodearem-na pachorrentamente e nudibrânquios por todo o lado, mas para quem esperava do Algarve algo de mais tropical e colorido a decepção impõe-se. François considera o mergulho "longo" - os 60 minutos são muito para quem está habituado a mergulhar fundo e pouco tempo, e não ficamos mais tempo porque estou a ficar com frio e vontade de aliviar a bexiga.
A esse propósito: alguém que me explique porque é que agora dei em escarrar debaixo de água.
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