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10 de julho de 2004

LOGBOOK #14: A ATRACÇÃO DOS OPOSTOS

Sesimbra: Cabo Afonso, sábado 10 de Julho, 11h14: 8m, 54min, 17º C

É mentira: o computador marcava 14 graus quando saí da água, embora provavelmente a "média" da hora de mergulho fosse de 17. Mas já há umas semanitas que o mar ao largo de Sesimbra não estava tão frio ou tão espesso — uma visibilidade de dois metros no máximo dos máximos, seguir o recorte rochoso do cabo Afonso em grupo reduzido de cinco mergulhadores de experiências diferentes pelo meio de um verdadeiro caldo de partículas em suspensão não é especialmente entusiasmante.

Isto também é uma questão de estar mal habituado, sobretudo face às águas espectaculares das últimas semanas; a lei das probabilidades impossibilita condições ideais sempre. Curiosamente, apesar do dia encoberto e até dos leves chuviscos à saída do porto, não há vento, o mar está chão e sem corrente. Se, a semana passada, o dia não prometia e acabou por ser excelente, hoje foi o oposto: o dia prometia e o mergulho desiludiu (detectarei aqui alguma ironia relativa à situação política?). O que, também, não deixa de ser relativo: entre os nudibrânquios, os cardumes, as laminárias que compõem a paisagem, sem nunca descer abaixo dos 6-7 metros (a cota máxima do dia foi 8), a imponderabilidade faz reset ao stress. E isso não tem preço.

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