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22 de junho de 2004

O DÉSPOTA ILUMINADO PRONUNCIA-SE

Porque é que, geralmente, os fãs de artistas ou bandas medianos, sofríveis ou mesmo maus têm tanta tendência para defender apaixonadamente os artistas ou bandas de que gostam, para lá de toda e qualquer razão e relevância? Porque é que lhes é tão difícil aceitar que possa haver opiniões contrárias e insistem tanto em que a sua opinião é a única válida, e são tão intransigentes para com aqueles que não concordam com eles?

Juro-vos: quando leio cartas de leitores irados ou posts de fãs magoados em jornais, chats, sites e afins, apetece-me parar de escrever sobre música. Se a única coisa que querem é subserviência, confirmação do seu gosto pessoal, fanatismo cego, textos de fanzine adolescente, então vão bater a outra porta. Eu não escrevo para quem fecha os olhos ao que não lhe interessa. Eu escrevo para quem tem paixão, mas aceita ouvir o outro lado da moeda e admite que há outras maneiras de ver o mundo; para quem não sente que o seu gosto é posto em causa por outros não concordarem. Eu escrevo contra o nivelamento por baixo, contra o corporativismo, contra o pré-mastigado, pré-congelado, pré-formatado. Gosto, não gosto, e procuro defender a minha dama o melhor que sei, com a ajuda dos 25 anos que levo a ouvir música.

Infelizmente, para os jovens punks que amam (hoje) os Evanescence (e amanhã outros gajos quaisquer) isso torna-me num cota irrelevante.

É fodido ser um cota irrelevante.

a despropósito: as três primeiras canções que a Best Rock FM tocou hoje depois das 10 da manhã: uma qualquer dos Evanescence; "Someone that Cannot Love" de David Fonseca; "Behind Blue Eyes" dos Limp Bizkit. Ainda bem que sou um cota irrelevante (mesmo que não desgoste do David Fonseca)

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