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4 de junho de 2004

CONTRA A CULTURA DA COMPLACÊNCIA

(...) Acho que isto não tem que ser assim. Se eu achasse que isto tinha que ser assim dedicava-me a outros temas. Pode-se escrever, por exemplo, sobre História, sobre Arte, sobre Pintura. São temas muito interessantes. Mas eu acho que Portugal pode ser melhor do que é. Se nós protestarmos, se nós tivermos uma posição mais cívica de não aceitarmos o mal e lutarmos por alguma coisa melhor. Portugal pode melhorar.

(...)

A culpa é sempre do cidadão comum. A culpa é sempre nossa. A ideia dos portugueses é que há uma coisa maléfica chamada Estado donde vem todo o bem e donde vem todo o mal e que o Estado é culpado de tudo, que cada um de nós está inteiramente inocente. Não é verdade. O Estado somos nós. Por isso mesmo, quando o Estado funciona muito mal é porque nós nos interessamos pouco ou a opinião pública tem ideias erradas.

(...)

Se nós ganharmos o Euro 2004 o PNB não cresce meio por cento sequer. Não cresce nada. O resultado disso é um bem-estar colectivo que dura 24 horas... (...) quarenta e oito, OK. Uma semana. Mas depois fica tudo na mesma. As questões estão por resolver e não há nenhum efeito de arrastamento. Pessoalmente estou farto das Rosas Motas e estou farto de campeões que não nos dão coisíssima nenhuma. (...) Não pensemos que uma vitória desportiva tem alguma importância. Não tem. É uma coisa que nos pode dar, ou não, prazer quando a vemos na televisão. Nada mais do que isso.


Saldanha Sanches, hoje, a Carlos Vaz Marques, no DNA. Assino por baixo.

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