Começo a achar graça a esta ideia de me levantar absurdamente cedo à segunda-feira. O ar fresco e limpo da manhã. A cidade ainda a acordar, vazia de trânsito e transeuntes. Percorrer as ruas é navegar em slow-motion. Frente ao metro do Rato, um homem ouve um rádio de pilhas. Os quiosques dos jornais começam a abrir as portadas, os cafés começam a montar as esplanadas. Lisboa parece acordar relutantemente de uma qualquer letargia de fim-de-semana.
Há qualquer coisa de irreal (hiper-real?) no retrato, sobretudo depois dos estranhos sonhos que percorreram o meu sono entre as 05:30 e as 07:00 (imagens distorcidas e azuladas de um qualquer "Dia da Independência" com Johnny Depp a dissecar vermes ressequidos) antes de acordar com o som da TSF a dizer que José Mourinho vai para o Chelsea e Pinto da Costa já sondou José António Camacho e Carlos Queiroz. O meu eu benfiquista não sabe o que há de pensar; deixa-o estar mais um bocadinho a dormir para não dizer coisas de que depois se possa arrepender.
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