"O Milagre Segundo Salomé" é aquilo que o cinema português já devia saber fazer há muito tempo mas não sabe, não sei se por teimosia se por incapacidade se por estratégia: uma história bem contada, bem filmada, bem representada, que não se esgota na hora e meia de projecção. Ainda por cima é uma adaptação relativamente livre do romance de José Rodrigues Miguéis que lhe deu origem, mas que consegue respeitar a essência e o espírito do universo de época do escritor.
Haveria tudo para "O Milagre Segundo Salomé" poder congregar à sua volta os favores do público e da crítica. Eis senão quando...

Com um cartaz/anúncio destes — que pode ser artisticamente muito bonito (embora eu não o ache), mas é absolutamente nulo como chamariz para um filme que é tudo menos uma seca de autor — como é que se convence alguém a ir ver um filme? E, pior: como é que se prefere colocar este cartaz nas salas e este anúncio nos jornais quando...

...isto, sem ser extraordinário, existe e é significativamente mais atraente?
Que irritação: finalmente um grande filme português que vale realmente a pena ver... e eles não o sabem vender.
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