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22 de abril de 2004

POLAROID JAZZ BAR

Passa da uma da manhã. A uma mesa encostada à parede, o casalinho executivo upwardly-mobile, periférico. Ele de fato e gravata de nó largo impecável, mesmo à uma da manhã, levanta-se num intervalo dos músicos, mãos nos bolsos, atravessa a sala até ao átrio. Ela levanta-se, fica a abotoar o casaco, lança-lhe um olhar lasso mas duro, ofendida mas resignada. Ele já saíu para o átrio, ela ainda está a acabar de abotoar o casaco e a levantar a mala e o sobretudo. Não têm idade para serem chefe e secretária; talvez um casamento gasto pela vida moderna, talvez um encontro de circunstância, blind date que não correu bem, talvez um affair ilícito que está a dar as últimas.

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