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6 de abril de 2004

À JANELA

Das janelas de minha casa poder-se-ia ver a ponte 25 de Abril e o Tejo se não houvesse o prédio da frente e o jardim de um prédio de uma rua contígua que tapam a vista (dois pisos acima, nas águas-furtadas com varanda panorâmica, vê-se a ponte e o céu azul sobre Lisboa; é lindo).

Das janelas de minha casa vêem-se as janelas e as varandas dos prédios da rua, os candeeiros ou os televisores acesos que iluminam uma sala de estar; vê-se uma lua branca e luminosa suspensa num céu azul profundo que a irradiação lunar torna quase negro, só a espaços cortado pela luz cintilante de uma ou outra estrela. E, por volta das dez da noite, pelos faróis de presença de três ou quatro aviões que sobrevoam Lisboa, baixo, à espera de vez para aterrar no aeroporto, como enormes e pachorrentos insectos que procuram sem pressas sítios para pousar.

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