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6 de abril de 2004

THE HORROR, THE HORROR

Ando a reler "Os Maias" (Eça de Queirós legisla despoticamente, para parafrasear o pessoal do Forum Sons), como vocês que acompanham mais regularmente estas confissões quotidianas já decerto perceberam. E, em conversa telefónica com um amigo sobre o assunto, discutíamos que o problema não é que Portugal ande um marasmo — é que (a julgar por Eça, pelo menos) Portugal já há um século andava um marasmo e hoje continua a sê-lo, com meras operações plásticas pelo meio. Aquele delicioso tempo de antena do PS que passou hoje na RTP-1 antes do Telejornal parecia, sem tirar nem por, uma das tiradas parlamentares do Gouvarinho; e as quezílias bolorentas sobre construções e demolições de igrejas e substituições de padres que regularmente aparecem nos noticiários da TVI parecem as balbúrdias do Jockey Clube. É espantoso como, em cem anos, nada parece ter mudado — e como ainda há quem ache que isso é chic a valer!.

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