Sempre me irritaram um pouco os empregados de mesa demasiado prestáveis e obsequiosos, sempre a perguntar se está tudo bem, com um sorriso de simpatia que sempre me pareceu falso e atado com cordel. Pela mesma bitola, irritam-me os empregados que estão ali com ar de frete, que nos ignoram ostensivamente quando os chamamos, infelizes com a sua própria vida e decididos a fazerem o pobre do freguês pagar por isso.
Ainda pela mesma bitola, irritam-me os jovens adultos (porque já não são teenagers nem são ainda adultos) que aceitam part-times a servir à mesa nos mcdonalds e outras pizza huts para meterem mais algum ao bolso, porque lhes falta a educação cívica e o respeito pelo cliente que uma posição tão delicada como servir à mesa implica: não se trata de ser subserviente nem altaneiro, há que encontrar uma medida exacta entre o profissionalismo e a cordialidade que, certamente, é das coisas mais difíceis de obter em tal mester.
O segredo talvez esteja em encarar cada tarefa, mesmo a mais básica e humilde, como se fosse a coisa mais importante do mundo - e acreditar convictamente nisso. Há empregados que eu não vejo acreditar convictamente em nada, a não ser talvez em que ainda faltam x horas para acabar o turno. (Verdade seja dita que não é um exclusivo dos part-times.)
E porque é que nos restaurantes leva sempre tanto tempo a trazer a conta?
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