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21 de março de 2004

POLAROID COLOMBO

Um casal com uma filha gordinha e rechonchuda a sairem saciados de uma casa de fast-food.

Famílias inteiras que passeiam pelos corredores - pais, filhos, namoradas, netos - mas, curiosamente, afastados. Cada um na sua. Nada de mãos nas mãos, nada de um grupo que passeia acompanhado; antes indivíduos que estão juntos porque calha, porque sim.

Gente que quer estar vestida "fashion" mas que, no acto de se vestirem àquilo que julgam ser "moda", apenas traem como estão distantes dela, como não têm consciência de que aquilo que fica bem no corpo meticulosamente trabalhado que vêem na televisão lhes fica mal a eles; suburbanos com aspirações que julgam transcender-se e apenas sublinham a sua condição auto-infligida. E, nas caixas das boutiques da moda (a preço em conta, mesmo assim), filas de gente que, apesar de tudo, insiste em comprar roupa que não lhes cai bem.

Um bando de adolescentes que sobe a escada rolante com ar enjoado. Um deles carrega no botão de stop e pára a escada rolante.

Polícia municipal à porta do shopping a bloquear os carros dos consumidores que evitaram pagar dinheiro ao parque e arrumaram à má-fila nas cercanias.

Para alguns (para muitos?), a tarde de domingo é isto.

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