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18 de março de 2004

FAMÍLIA

Do lado do meu pai, oriundo de Estremoz mas radicado em Lisboa, eram cinco irmãos: José, Bernardo, Carlos, Fernando e Gabriela. Nunca conheci Bernardo, que morreu adolescente, creio que de tuberculose. O meu pai sempre teve relações complicadas com os outros irmãos, mas mantiveram-se em contacto. Fernando e Carlos já morreram. Apenas o meu pai (o mais velho, ao que julgo) e Gabriela, a mais nova, ainda são vivos. Não sei o que é feito dos meus primos, filhos dos irmãos do meu pai. Existe ainda Fernanda, uma meia-irmã de uma relação do meu avô paterno.

Do lado da minha mãe, natural da Arrentela, no Seixal, mas radicado em Lisboa, eram seis irmãos: Belmira, Carolina, Herculano, Paulo, Joaquim e Amélia. Ainda hoje somos mais chegados ao lado materno da família. Os meus irmãos praticamente cresceram em Loures, onde a minha tia Carolina - afectuosamente conhecida pela "madrinha" - vive desde que se casou, e muitas vezes passávamos férias juntos com os vários irmãos em Tavira.

Nunca conheci Amélia (a mais velha), que morreu jovem com um tumor nos anos 50. Herculano, assim chamado pelo pai, fez vida pela Guiné-Bissau, e depois da descolonização não voltou para Portugal, preferindo ficar por lá, com cada vez mais dificuldades para viver. Embora tivesse mulher e filhos em Portugal, por lá arranjou uma segunda família. Voltou a Portugal em finais dos anos 80; veio morrer de cancro à pátria. Foi, de certa maneira, o aventureiro da família. Paulo morreu, inesperadamente, no início dos anos 80, de hemorragia cerebral. Joaquim também já faleceu há anos. Apenas a minha mãe e Carolina são vivos. Hoje revi, no funeral do marido de Carolina, os primos que há muitos anos não via, todos casados e com filhos.

Hoje percebi que esta também é a minha família, e que tenho nela um lugar do qual nunca havia suspeitado.

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