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19 de fevereiro de 2004

PEQUENA MEDITAÇÃO EM STRESS LABORAL

Detesto os períodos antes de se ir de viagem - não só porque sou criatura sedentária que precisa de algum tempo para se habituar à ideia de ir para outro lado qualquer, mas sobretudo pela quantidade de trabalho que ir de viagem implica quando se tem responsabilidades: é preciso deixar trabalho pronto para o período de ausência, antecipar questões que surjam. Sim, é verdade que hoje em qualquer porto há um telefone ou um computador, mas, por exemplo, o objectivo todo de umas férias é não ter de se preocupar com essas coisas, ou, no caso de uma viagem de trabalho, poder concentrar-se apenas naquilo que se tem para fazer e esquecer o resto. E, geralmente, nos dias antes de uma pessoa tirar um tempinho para si, cai sempre alguma urgência que é preciso despachar logo.

Isto, claro, é meramente teórico e lírico. A principal razão pela qual detesto os períodos pré-viagem é o stress acumulado que se manifesta, a sensação de ter demasiadas coisas a fazer em tempo insuficiente, a aceleração que se dá para deixar tudo resolvido. De repente, lembro-me das maratonas que fazia na EMI nos dias antes de ir de férias para deixar o máximo de questões despachadas e poder estar de férias descansado (e, mesmo assim, nunca estava). Hoje as coisas são incomparavelmente mais calmas, mas ainda assim lembro-me porque é que, a certa altura, deixei de gostar do que fazia: deixei de ter tempo para ter prazer ao fazê-lo. E isso não há responsabilidade que pague.

No resto, vou andar histérico hoje como tenho andado desde segunda-feira, e nem sequer vou de férias - apenas uns dias para o Fantasporto, o que para algumas pessoas é como se fossem férias...

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