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25 de fevereiro de 2004

FOI CARNAVAL. UF!

Uma coisa boa de passar o Carnaval no Fantasporto (e já lá vão quantos anos de seguida? três, quatro?) é a de, pura e simplesmente, ignorar a ocasião. O meu sentido de humor e o da maior parte dos portugueses não são grandemente compatíveis. Não vejo em que é que atirar serpentinas e confetis, ou balões cheios de água, ou ovos (como se fazia nos meus tempos de liceu - será que hoje ainda se faz?) contribui para a felicidade generalizada. E ver as criancinhas mascaradas de princesa ou de zorro a passear pela rua, talvez sem consciência de espécie nenhuma do facto, é das coisas que mais me entristece.

Não tenho nada contra quem gosta de festejar o Carnaval ou de quem dele gosta. Mas quantos de nós não andamos já tão mascarados durante o ano para ainda nos querermos mascarar mais nestes dias?

O Carnaval em Portugal é o espectáculo grotesco de uma sociedade que, sem ter do que se rir, procura rir-se de si própria, sem perceber que não há aqui nada de divertido. Mas faz sentido num país real como o nosso.

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