O trabalho aperta, o tempo condensa-se e contrai-se, de repente dou por mim quase sem tempo para pensar ou sequer para pôr em dia as leituras do fim-de-semana; mas marco João Bonifácio a escrever no Y de sexta sobre o "shoegazing", João Lisboa a falar no Expresso de sábado das pistas sonoras dos "Looney Tunes" e de "Aconteceu no Oeste", Luís Guerra no Blitz de hoje a elogiar comida indiana ao mesmo nível dos Air (não é possível, a comida indiana é francamente melhor do que qualquer coisa que os Air possam fazer), a excelente entrevista de Don de Lillo no Mil Folhas de sábado (fiquei curioso em ler "Cosmópolis", mas ainda aí tenho "Os Nomes" para digerir, depois de "Mao II" e "Ruído Branco" me terem batido fundo), Eurico de Barros a desancar com muita propriedade "O Último Samurai" no Diário de Notícias de sexta (fita mais chata). Vejo o programa da Cinemateca para este mês, fico com vontade de ir às sessões das 15h30 ver uns quantos filmes de que muito ouvi falar mas que nunca vi - "Léon Morin, Prêtre" do meu bem-amado Melville, "Docteur Popaul" de Chabrol, o célebre "Les Enfants du Paradis" e "Les Visiteurs du Soir" de Marcel Carné. Às vezes pergunto-me para quê insistir em ler tudo, ver tudo; pergunto-me se será verdadeiramente vontade de aprender, de descobrir, ou apenas desejo consumista de acumulação, marcar com um "visto" coisas que devia conhecer. O melhor é que ambas as coisas não são incompatíveis, ou não fosse eu um obsessivo-compulsivo.
Sem comentários:
Enviar um comentário