De um momento para o outro, as ruas voltaram a encher-se de carros, o metro de gente com pressa, o ginásio onde treino de pessoas com imensa vontade de perder depressa as calorias ganhas durante as comezainas das festas. De um momento para o outro, Lisboa voltou ao seu estatuto de metrópole moderna apressada, com as longas filas de carros em hora de ponta e as revoadas de passageiros que entram e saem dos transportes públicos. De um momento para o outro, a neura das festas é substituída pela neura do regresso ao trabalho, peculiar característica da espécie humana "homo portugalis" que tem tendência a só gostar das coisas quando já não as tem/pode ter. Não deve ser por acaso que uma sondagem europeia dizia no outro dia que os portugueses são o povo mais deprimido da Europa. Só o brilho ofuscante do sol de inverno contradiz o quadro; como se se tivesse carregado no botão de "pause" a 23 de Dezembro e retomado o "play" a 5 de Janeiro, como se este intervalo não tivesse realmente existido.
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