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24 de janeiro de 2004

REPÚBLICA DAS BANANAS #3

playlist: Lisa Gerrard & Patrick Cassidy: "Immortal Memory" (4AD, 2004)

Pedro Santana Lopes irrita-me profundamente: não contente em passar o tempo a vangloriar-se do que já fez (talvez para fazer esquecer aquilo que ainda não fez ou nem sequer faz intenções de fazer), ainda aproveita o "tempo de antena" que lhe é proposto no Diário de Notícias para atacar quem não o deixa (não?) fazer.

O túnel do Marquês, tenho eu para mim, pouco sentido faz - é verdade que não vislumbro uma alternativa viável, mas não me parece que a obra venha efectivamente a facilitar o fluxo de trânsito para o centro. Ainda por cima, sabendo eu como os portugueses adoram dar uso ao carro, acho mesmo que é um convite para eles ainda trazerem o carro mais vezes para o centro. Até ela ficar concluída, contudo, o caos na zona das Amoreiras já é mais que muito e, por aquilo que ouço, não vejo os lisboetas muito convictos da utilidade do projecto. O que também não quer dizer nada, porque os portugueses são sempre do contra.

Entretanto, Ferro Rodrigues andou por Lisboa a promover uns outdoors do PS a dizer mal de Santana Lopes. É pena chegar tarde, o Bloco de Esquerda já o anda a fazer, e com bastante mais estilo, há uns tempos.

Pedro d'Anunciação, no Expresso de hoje, desanca no programa de Anabela Mota Ribeiro na nova 2:. Parece-me bem que se comecem a ouvir vozes discordantes do reinado de Manuel Falcão - primeiro porque a nova 2: me parece igual à antiga só que mais bem arrumada e com menos cinema, faltando ainda dar o salto que só se anuncia lá mais para a frente, segundo porque toda esta unanimidade para com o projecto me começava a parecer demasiado estranha, sobretudo porque é preciso dar tempo às coisas para elas assentarem. Tenho para mim que é a partir do segundo mês que se vai perceber o que funciona ou não.

Miguel Sousa Tavares muito bem no Público de ontem, como é seu hábito, sobre a ética quotidiana dos portugueses. A única coisa que me surpreende é ele pensar que eles (nós) a teríamos - as conversas que eu hoje ouvi a propósito do caso Fátima Felgueiras deixá-lo-iam estarrecido. A esse propósito, a entrevista de Carlos Vaz Marques ao árbitro Lucílio Baptista ao DNa de ontem é esclarecedora, por pôr os pontos nos is sobre uma certa mentalidade clubística portuguesa, tal como a coluna de Leonor Pinhão sobre Jose Antonio Camacho na Bola de quinta-feira.

Finalmente: João Bonifácio faz um texto assombroso no caderno Y do Público de ontem sobre o regresso do soulman Al Green. Deu-me vontade de ir ouvir o disco.

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