Boa nota de Mário Jorge Torres no Y de hoje sobre "O Fascínio", aproveitando para fazer o ponto da situação do desinteresse do público face ao cinema português. Ele só se esquece que alguns dos filmes que defende - e estou a pensar especificamente no "Xavier" e no "Quaresma" - não são feitos para o grande público (para além do facto do "Quaresma" não ter ponta por onde se lhe pegue).
Além disso, é importante reflectir um pouco nos acabamentos. "O Fascínio" é o exemplo de um filme que não prestou igual importância a todas as evidências e se esqueceu que há argoladas que quebram o "fascínio" do espectador. Ana Bola a fazer de madame de bordel pode ser uma boa ideia de casting mas, vista no écrã, não estamos a ver uma madame de bordel mas sim Ana Bola a fazer de madame de bordel, salta fora da continuidade do filme, a "suspensão de descrença" que o filme exige é interrompida. "O Fascínio" está cheio de gaffes dessas, e é pena; Fonseca e Costa parece não ter aprendido com o sotaque das berças de Vítor Norte em "Cinco Dias Cinco Noites", que ia e vinha sem que ninguém da produção se tivesse dado conta disso.
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