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7 de setembro de 2009

POLAROID: FOOD COURT

A senhora tem físico (forte e atarracado) e, sobretudo, voz (roufenha, estridente, alta) de vendedora de mercado, mas o uniforme de cores garridas explica que é empregada da limpeza, percorrendo o espaço a levantar os tabuleiros abandonados, a louça suja, os cinzeiros cheios. Não larga com uma mão o telemóvel cor de rosa para o qual fala em voz muito alta, ouvindo-se ao longo de todo o espaço, enquanto com a outra vai levantando os tabuleiros, empurrando o carrinho de plástico com prateleiras e um saco para os restos. Logo ao princípio, ouço-a (porque é impossível não a ouvir) dizer "Despacha-te lá, mãe, que daqui a bocado fico sem dinheiro no telemóvel". Mas, 30 minutos depois, quando saio do espaço, ela continua agarrada ao telemóvel enquanto continua a percorrer o espaço a levantar as mesas.

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