Pesquisa personalizada

23 de maio de 2009

MORDE AQUI A VER SE EU DEIXO

D. Diogo, o bichano que partilha o meu apartamento, é um gatinho reconhecido como mimado, amistoso e brincalhão. 

No consultório do veterinário, contudo, a fera selvagem e sanguinária que está sempre latente sob a superfície, e que em casa só noto quando um qualquer insecto descuidado se atravessa no seu ângulo de visão, acordando o seu instinto de caçador, revelou-se em toda a sua gloriosa determinação. Depois de ter assustado um cão convalescente com o simples poder das frequências baixas do seu rosnar, D. Diogo mostrou o seu desagrado com o termómetro anal e resistiu heroicamente à injecção da vacina, utilizando as garras e dentes de origem, e rosnou em seguida ao comprimido de desparasitação, esperando certamente que a mesma táctica que resultara com o cão resultaria igualmente com o comprimido (não resultou).

Regressado a casa, voltou a ser o paz d'alma brincalhão e afectuoso que conhecemos. Mas, na primeira oportunidade, não deixou de mostrar o seu desagrado mordendo-me o nariz. Como quem diz: "achas que eu me esqueci, não? Pois fica sabendo que tenho tudo anotado no caderninho." 

Presumo que a internet felina com quem D. Diogo comunica por c-mail sempre que nós viramos costas esteja actualmente a deliciar-se com a história. 

Sem comentários: