É sábado de manhã, está uma brisa leve a refrescar este Verão tardio no meio da esplanada rodeada de árvores e verde no meio da cidade. O pai, de óculos escuros, lê o jornal; a mãe, de vaporosa blusa branca, lê a revista do jornal; a filha adolescente, de T-shirt vermelha, de costas para mim, escreve qualquer coisa com aquela curvatura atenta da adolescente que está a ter cuidado com o que escreve. Só o filho, dos seus cinco anos, não pára quieto, sentado no chão a brincar com os camiões em miniatura, encostado á esquina das placas de vidro que fecham o espaço e deixam passar a luz do sol para dentro da cafetaria, gatinhando para a frente e para trás, para o meio da porta que dá acesso à esplanada, enquanto os pais a cada cinco minutos resmungam para ele estar sossegado, com aquela velha frase das famílias bem: "Francisco, esteja quieto".
Dois minutos depois, a filha volta a correr para pegar na bolsa de que se esqueceu pendurada na cadeira.
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