Isso de ser difícil dar um comprimido a um gato, afinal, é um bocado mito urbano. Tenho tido de dar o antibiótico duas vezes por dia ao Diogo desde que ele foi emasculado e, embora não seja a coisa mais fácil do mundo, também não é o pesadelo anunciado. E como não vai a bem — ele bem cheira o comprimido, que até parece uma guloseima, mas topa logo que estou a querer enganá-lo — tem de ir a mal. Ajoelho-me no chão, pego no Diogo, prendo-o entre os joelhos, esfrego-lhe o nariz, abro-lhe a boca e atiro o comprimido lá para dentro o mais para trás que consigo, esfrego-lhe a garganta para ele não o cuspir e solto-o. Depois dou-lhe uma guloseima e faço-lhe uma festinha.
Até ver, ele nunca cuspiu o comprimido, mesmo que tenha sido mais fácil ao princípio, quando ele ainda estava meio pedrado da operação.
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4 comentários:
Surpreendes-me! E não estou a enganar-te! És um tipo cheio de manhas e podes ser perigoso! Ou alguém te ensinou o truque? (vês? Quase desejo que tenha sido alguém a ensinar-te, só para não te dar hipótese de me surpreenderes dessa forma)
Ele vai dizer que não, mas fui eu que ensinei!
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Não foste nada.
Vês como ele disse que não fui?
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