Primeiro, "Smile", de Brian Wilson (Nonesuch, 2004) — a verdadeira "teenage symphony to God" de que muitos falam a propósito de "Pet Sounds", mais próximo de uma qualquer música contemporânea americana que incorporasse todas as linguagens da música popular numa única (e a terminar com "Good Vibrations", ainda por cima), que só poderia ter saído de uma cabeça de génio frágil e atormentado (porque um escriturário bem-comportadinho nunca poderia escrever música desta). Nota: ir buscar o "Orange Crate Art" de Van Dyke Parks com Brian Wilson, que é uma espécie de "coda" a esta "great Cosmic American music".
Depois, "Southern Accents", de Tom Petty (MCA, 1985) — o momento em que um dos grandes cantautores do rock americano (sempre muito incompreendido por cá, valha-o Deus) quis ir mais longe e tentou sair do colete-de-forças do 4/4 mainstream. Não resultou a cem por cento, mas continua a ser um fabuloso disco (o momento em que "Don't Come Around Here No More" passa de experiência orientalizante a rockalhada sempre-a-abrir é como meter a quinta no automóvel e disparar pela auto-estrada). E o que dizer da espantosa ambiguidade de um "Southern Accents", o melhor tema que Randy Newman nunca escreveu?
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