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13 de julho de 2006

ADELAIDE! METE OS PUTOS NA BARRACA QUE VAI HAVER PORRADA

Não sei quem foi que decidiu que, este ano, o selo do carro dispensava o habitual impressozinho e passava a ser emitido directamente no sistema informático das Finanças. Teria sido uma ideia interessante, claramente, preparar o sistema informático para a avalanche que se iria seguir, o que teria evitado resultados como aqueles a que assisti ontem na minha repartição: ao fim de uma paciente hora de fila (banda-sonora, para os interessados: "X&Y" dos Coldplay), o sistema foi pura e simplesmente abaixo. Num dos guichets, a funcionária que atendia mostrava-se tão irritada com o bloqueio do sistema como os clientes — e explicava que acontecia o mesmo de manhã cedo, às nove da manhã, e a seguir ao almoço, pelas duas da tarde, quando toda a gente ligava os computadores ou regressava do almoço.

O problema é que havia quem não estivesse na fila para tratar do selo do carro (eu incluido) e houve quem se chegasse à frente, explicando o caso à funcionária que, cheia de boa vontade, se prontificou a resolver a questão. O problema é que a senhora que se chegou à frente tinha acabado de chegar e havia quem estivesse à espera há muito mais tempo - e eu tive a feliz ideia de perguntar como é que uma senhora 50 números a seguir a mim já estava a ser atendida. "Ah, mas eu não estou aqui para o selo do carro." "Pois, mas eu também não. E não devo ser o único." (E não era.)

Não foi preciso mais para cair o Carmo e a Trindade e haver quem partisse para a ignorância, acusando a senhora de ser amiga dos funcionários, de ser favorecida, etc, etc. Ou seja, havia quem estivesse irritado por lhes terem passado à frente, e havia quem estivesse irritado por não ter sido chico-esperto e ter feito o mesmo que a senhora tinha feito. E havia ainda quem protestasse, mas quisesse manter a moralidade.

Às tantas, a funcionária já dizia que não tinha culpa do sistema do selo do carro não funcionar (verdade) e que às tantas começa a ser preciso haver polícia para regular a confusão. Não por acaso, tinha havido um polícia à espera na fila (não sei para tratar do quê), mas entretanto tinha-se fartado e ido embora.

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