À entrada para o voo, ouço a senhora que está a chamar que “as filas 28 a 48 podem embarcar pelas duas filas”. À esquerda (classe económica), há um engarrafamento causado por um grupo numeroso e ruidoso de adolescentes italianos; à direita (primeira classe), está tudo vazio. Tendo ouvido a senhora dizer que o embarque está aberto nas duas filas, dirijo-me à fila vazia, a segurança diz-me que “não é aqui” e eu digo-lhe que acabei de ouvir no altifalante que sim. Aparece a agente de embarque que, com muito maus modos, me diz “eu é que sei e não pode embarcar por aqui”. Não gosto que me façam passar por parvo. Volto para a fila, que entretanto engrossou.
Durante o voo, percebo que o grupo italiano, ruidoso, barulhento, numeroso, está sentado nas filas atrás de mim. São nove da noite em Los Angeles e São Francisco, cinco da manhã em Lisboa, seis em Paris e eles continuam com o gás todo, mesmo depois das luzes de cabina terem baixado e de haver gente que deu a entender que quer dormir, queixando-se até às hospedeiras. Sem resultado. Para os italianos, é como se estivessem sozinhos no avião, até nos gritinhos que lançam quando a aterragem em Paris prova ser mais turbulenta do que o esperado.
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