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22 de abril de 2006

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O meu prédio não tem intercomunicador. Isso quer dizer que, quando alguém toca à campaínha da porta, não há maneira de saber quem está a tocar e, logo, de saber se estamos a abrir a porta ao carteiro, às Testemunhas de Jeová, aos Mormons, aos elementos de alguma associação de recuperação de viciados a fazerem um peditório, à amiga da vizinha de baixo que se enganou no andar ou a um distribuidor de publicidade.

No entanto, existem umas quantas dicas que posso partilhar com outros incautos na mesma situação que eu. Importante é saber se podemos ouvir as campainhas dos vizinhos, como é o meu caso; se a minha campainha toca e ao mesmo tempo ouço a campainha do vizinho da frente e a do vizinho de cima (acreditem que são bastante fortes, para lá do facto das paredes lá de casa não serem exactamente insonorizadas), então é o carteiro a pedir para abrir a porta, um distribuidor de publicidade ou Testemunhas de Jeová/Mormons/peditórios etc. A hora a que isto acontece também permite eliminar um pouco mais; assim, quando a campaínha toca a um sábado ao meio-dia, é quase de certeza um distribuidor de publicidade.

E assim, quando saí para o pequeno-almoço tardio, lá estavam meia-dúzia de folhetos das excursões-turísticas-de-um-dia ao preço da chuva organizadas por empresas de venda de inutilidades (mas podiam ser folhetos de supermercado ou restaurantes ou ginásios ou canalizadores) enfiadas por baixo da porta da rua, porque ninguém no prédio lhe abriu a porta.

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