Ontem, na linha azul, um pedinte cego canta a sua lenga-lenga a solicitar ajuda dos passageiros... em rap, acelerando e desacelerando o ritmo a que entoa as palavras, com um apuradíssimo sentido de ritmo marcado com palmas e com toques da bengala (no beat certo) nos varões de metal.
Hoje, na linha verde, os já proverbiais acordeonistas introduzem um novo elemento no seu duo: um saco de compras com rodas modificado para transportar um pequeno amplificador com um leitor de CDs preso em cima, que um dos acordeonistas encosta ao varão de metal dispara assim que o comboio arranca para tocar (mal) em dueto com a pista rítmica pré-gravada. Não se pode dizer que a coisa resulte: a carruagem vai cheia, mas assim que topam o que se passa as pessoas afastam-se e deixam os acordeonistas sozinhos, sem ninguém à sua volta.
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