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11 de julho de 2005

A PONTE É UMA PASSAGEM

Pouco falta para as oito da manhã e, à minha esquerda, a embocadura do Tejo desaparece progressivamente sob um espesso banco de nevoeiro; quando passo por baixo da ponte 25 de Abril no sentido Lisboa-Cascais, o tabuleiro vermelho parece perder-se num nada esbranquiçado, como uma passagem pelo meio do vazio em direcção a outro sítio. Como se o nevoeiro fosse o vapor de água de uma cascata e a ponte nos levasse por baixo da água que cai para uma qualquer caverna escavada na rocha, em direcção à aventura.

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