Sesimbra: Ponta da Passagem, domingo, 17 de Julho, 11h39: 16.1m, 47 min, 16ºC
Nada de sopa juliana, como alguém receava, mas certamente uma visibilidade esverdeada (quatro, cinco metros, não mais) no retorno à Ponta da Passagem, repleta de pequenos cardumes, muito peixe a nadar calmamente, onde eu e o Jorge (um aveirense simpático de fato seco sem capuz) perdemos rapidamente a Lena e o Nuno, entretidos algures a tirar fotografias a um polvo. O mal é deles, perderam os dois polvos que nós vimos (ou melhor, o Jorge viu primeiro) num dos corredores de rochas que ladeiam a passagem subaquática por entre as rochas à beira do Cabo Espichel. Não será a perfeição — já fiz melhores mergulhos neste spot; a passagem em si, um enorme buraco azul, está hoje de um verde denso — mas está-se bem, mesmo muito bem nestas profundidades calminhas com muito que ver, o suficiente para andarmos de lanterna a rebuscar os buracos e ver se há algum peixe mais tímido escondido por ali.
O Jorge, habituado como está às águas turvas do Norte, atira quando paramos o barco: "oh pá, como é que vocês arranjaram mar da Madeira ou dos Açores?", mesmo que lá em baixo não o seja. Está vento e nuvens de filme atravessam o céu azul mas, à entrada destes 47 minutos, a água está calma, quase estanhada, quase sem ondulação (à saída o caso já muda de figura, a água, ainda razoavelmente calma, está já mais agitada; não se prevê um mergulho da tarde melhor que o da manhã para quem fica para a tarde, que depois vai-se a ver é ninguém).
Antes e depois, contudo, há a necessária sessão de limpeza mental — quando o barco voga veloz contra o vento que afasta o stress da semana e limpa as preocupações quotidianas. Ficam só os elementos — terra, ar, água, e a sensação revigorante de flutuar entre eles.
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